Como projeto inicial para o Concurso Gulbenkian, pretendia trabalhar uma animação digital em 3D. Para tal, utilizei um programa de modelação designado Blender (Windows). Esta animação consiste na representação de um rosto que é submergido por um líquido, neste caso, tinta com uma textura que se assemelha a petróleo. A utilização do petróleo deve-se, por um lado, por ter marcado grande parte da vida de Gulbenkian e, por outro, por ter motivado o seu sucesso, levando a que, por exemplo, conseguisse adquirir as suas “filhas” - peças de arte que gostava.

 

O material que flui, ocupando o espaço visual esférico, parte de uma esfera de tamanho reduzido preta, que representa o petróleo anteriormente apresentado como símbolo da sua ocupação enquanto homem de negócios. Esta pequena esfera transforma a sua cor em cores variadas e vivas que representa a vivacidade da Arte e das obras que arrecadou ao longo dos anos e, assim como a água escorre, também o petróleo (con)corre para a possibilidade de Calouste Sarkis Gulbenkian ser um colecionador de Arte.

O rosto submergido por esta tinta é o do filantropo e tem influência da sua preferência por uma obra escultórica em particular - Diana - do escultor Francês Houdon. Assim, é possível coadunar-se, primeiramente, a visão classicista que Calouste tinha, metaforicamente representada no seu busto e com a minha visão abstrata dada pelo líquido que se transforma e molda ao longo do decorrer do vídeo.

 

A nível técnico, toda a modelação foi feita por mim e adicionei bokeh para que desse ao observador uma maior sensação de profundidade e dinamismo proveniente da mesma.

Optei por adicionar som, de modo a conceder o dinamismo proposto pelo próprio líquido e pudesse também envolver o observador quando deparado com o vídeo. O som escolhido é de tinta e objetiva dar a sensação ao observador de que o líquido escorre e forma a esfera.  Ainda foi adicionado um som de tensão enquanto o líquido enche a esfera, por forma a distinguir a fase de encher com a fase de diminuição. Esta última fase de composição e design de áudio foi realizada no Lumafusion (iOS).

 

O vídeo apresenta-se em loop para demonstrar a sequência da vida de Gulbenkian e que esta se tornou perene, à semelhança da intemporalidade das inúmeras obras deixadas em testamento à Fundação que dá nome ao Museu em Lisboa e que poderão sempre ser contempladas e apreciadas.

 

Por fim, é um vídeo que representa a vida de Gulbenkian, que viveu nos séculos XIX e XX, numa forma de arte recente e digital, albergando influências Classicistas, Modernistas e Comtemporâneas.